8.18.2008

Wall.e mais do que um simples filme

Reparo agora que o meu jeito para escrever títulos, tal como sempre me pareceu, nunca foi o mais preciso ou eficaz, mas não é isso que me interessa falar agora.

Wall.e é verdadeiramente mais do que um simples filme, é uma colectânea de filmes 'complicados', é uma galeria de referências aos melhores filmes de ficção científica da história do cinema, tendo 2001: Space Odyssey, E.T. The Extra-terrestrial, Alien, Blade Runner, Matrix, The Last Man On Earth e claro Star Wars mas para além da ficção científica temos ainda a comédia mimica de Chaplin, Buster Keaton, Jaques Tati e os maneirismo e a aselhice das personagens de Allen, em especial no que diz respeito às relações amorosas; de Tati trás a forma de andar a curiosidades e a 'destruição' que cria por onde passa (é curioso repara que já o Meu Tio e o Playtime eram filme sem diálogos e que criticavam através de um humor característico a sociedade moderna dependente da tecnologia e que por indução tinham uma vida vazia e descabida).

Mas para além desta forma de referenciação (será que esta palavra existe) a grandes obra do cinema, o filme extravasa esta componente cinéfila e cai numa preciosidade extraordinária que é, não só a componente ambiental que é sempre bonita, mas mais que isso, cai na perfeita harmonia entre os seres, cria uma das mais belas histórias de amor que este ano já viu, unicamente ultrapassada por Once, e critica de um modo tão ácido( tanto como a doçura das personagens) uma sociedade acéfala e gorda (no pior sentido que essa palavra possa ter e não faço juízos de valor quanto ao aspecto das pessoas, mas sim ao completo sedentarismo e à ideologia do manda fazer).

Wall.e Levanta ainda outra questão e essa sim é o cerne do filme e o seu ponto mais alto, quando a metáfora ganha vida e temos uma máquina que é mais humana que o Homem e um Homem que é mais maquinal que a Maquina e isto é que é o mais espantoso, conseguir dar uma lição de humanidade aos espectadores através de um robô isto tudo num filme que muitos ainda acreditam ser para miúdos.

Uma obra prima que só poderá melhorar com o tempo e um prodígio técnico que já nem vale a pena referir quando se fala da Pixar.


10/10- Obra Prima

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