1.29.2009

Há filmes e filmes e depois há milagres

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Faz quase duas semanas que vi o 21 Gramas do senhor Inarritu (Amor cão e Babel) e faz duas semanas também que não consigo soltar-me de algo que flui naquele filme como um éter alcoólico, que atravessa a alma do espectador mais incauto e que estala na cara como se fosse chapada ou galheta.
Em cada segundo de filme, em cada plano, em cada respiração e palavra há uma profunda depressão, uma profunda ruína em cada instante, tudo está inundado de tristeza e decadência.
Se há coisa que eu não gosto de mexer e falar é do fado, do destino, primeiro, porque abomino uma ideia tão fútil e segundo porque tenho dificuldade em compreender os que a mim se opõem, no entanto este filme transmite uma certa ideia tão dilacerante que eu só consigo interpretar como uma forma primária e quase rupestre de destino, como um resultado divino e meio embaraçoso de acontecimentos.
Se mais não fosse, certos planos do filme, momentos, simples flashs de luz, cor e som tem uma força inexplicável, tudo isto para juntar ao facto de num mesmo filme se juntar Benicio del Toro e Sean Penn.

Isto foi o que escrevi ontem, hoje seria previsto acabar, retocar e publicar, mas depois de ver Revolutionary Road, vai assim, tal qual está, porque, mesmo que quisesse não sairia nada de jeito.

2 comentários:

Filipe Machado disse...

Grande filme, vi-o há alguns anos atrás.

Roberto Simões disse...

Percebo-te perfeitamente.
21 GRAMAS põe a descoberto as fragilidades e tragédias do ser humano... e colide-as num retrato verdadeiramente brutal. Consequências inevitáveis do acaso... a que estamos todos sujeitos...

Cumps.

Roberto F. A. Simões
CINEROAD