8.18.2009

Brüno: 2/4


A Dicotomia Realidade/Ficção
Bruno, mais ainda que Borat, é um objecto estranho, híbrido entre o cinema e a televisão (ou melhor, televisão em cinema) que vive à base de uma noção (muito televisiva) do humor gráfico e imediato facilmente transmissível pelos apanhados (na televisão é mais uma necessidade que uma opção, pois há que prender o espectador, mas na sala de cinema, quem paga o bilhete normalmente fica até ao fim), o que aparece como um sintoma da infantilização dos públicos alvo (adolescentes MTvisados que veêm no cinema um forma mais dispendiosa e espalhafatosa de televisão). No entanto há uma noção concreta sobre a essência do apanhado, ou seja, tem muito mais graça ‘apanhar’ o espectador do que este ver alguém ser ‘apanhado’. Com este intuito, a fronteira que separa a realidade da ficção no pseudo-documentário que é Brüno é o que introduz no espectador a dúvida entre querer acreditar que algo tão repugnante foi criado ou é de facto uma realidade: basta lembrar a sequência em que pais admitem fazer cirurgia de emagrecimento aos seus filhos (bebés) para que estes possam aparecer numa campanha publicitária. Será que acredito que isto é verdade ou terá sido tudo uma actuação encenada por Cohen/Charles? Da dúvida surge uma forma muito retorcida de … humor.

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