O Labor Kamikaze
Cohen é força deste filme, sem ele nada existiria e se existisse não teria metade da piada, mas para além da sua naturalidade humorística e tendência para criar as situações o mais embaraçosas e confrangedoras, Cohen conseguiu instituir na cinematografia moderna um noção 'nova' (com aspas porque na verdade já se havia feito parecido, mas nunca com a globalidade e actualidade deste) de 'cinema' (com aspas porque Brüno não é propriamente cinema, apesar de ser projectado), ou seja, democratizou a labor kamikaze do humorista como forma corrente, assim como explorou uma mina riquíssima de potencial cómico: o transeunte. Se os contemporaneos entrevistavam pessoas na rua e isso tinha piada, é porque Cohen explorou o filão com Borat. Com Brüno a coisa é diferente, pois a personalidade aparvalhada do reporter do filme anterior foi substituida por uma misantropia que se pauta pela noção de superioridade ('olhem como eu gozo com esta gente ignorante'), o que não fica tão bem.
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