2.08.2010

Tomar atenção: 3 de 3

Numa época de prémios, que invariavelmente prestigiam os filmes comerciais, ou, que pelo prestigio, vão ter mais sucesso comercial, é importante virar os olhos para aqueles objectos mais longínquos, também vencedores de prémios, mas a uma escala mais pequena, e que por isso não recebem a visibilidade que outros títulos auguram.

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Only (rottentomatoes,imdb)
O quê:Um menino de 12 anos vive com os pais no hotel da família onde a sua relação com as pessoas é temporária como seria de esperar, até que um dia uma hóspede da mesma idade o cativa; aproveitando o único dia que poderão passar juntos, este casalinho vai construir uma amizade, partilhando segredos e descobrindo as convulsas estradas do primeiro amor.
Porquê: Apresentado em Toronto na penúltima edição e na secção competitiva de Slamdance do ano seguinte, este é a primeira longa da parelha Simon Reynolds e Ingrid Veninger (ambos actores, ele de filmes como Traitor ou Saw IV ela de objectos mais alternativos e de séries de televisão como a The Taking of Pelham One Two Three) a dupla é também argumentista nesta pequena gema com péssimo sucesso de distribuição. Filme de festivais e ciclos de crítica, foi seleccionado pelo prémio do público em alguns. Com sorte é seleccionado pelo Indie.

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Van Diemen's Land (imdb,rotten71,variety)
O quê: Em 1882 um grupo de homens foge da prisão para o meio do mato em busca de liberdade (e saindo de uma vida de trabalhos forçados no corte de madeira), só que o grupo não tem a capacidade de caçar a fauna local nem conhece a flora, sendo que, na impossibilidade de regressar, viram-se para o canibalismo. Ao que parece é uma história verídica nos primórdios de uma Austrália despovoada.
Porquê: Jonathan auf der Heide é neste filme actor, realizador, argumentista e produtor, apesar de ser a sua estreia em todas as áreas menos a da representação. O filme ganhou o prémio New Visions em Stiges e a crítica tem sido unânime em elogiar ao lado do argumentista que criou um ponto de partida corajoso e inteligente, apesar de alguns criticarem o facto de o filme cair em moralismos e vulgaridades cinematográficas. A Variety comparou-o a um certo cinema de Herzog no que diz respeito à concepção da natureza como personagem em si, a qual foi captada (ao que parece com grande destreza) pelo director de fotografia Ellery Ryan.

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Sin Nombre (imdb,rotten88,filmcritic2.5,variety,RogerEbert4)
O quê: Uma adolescente hondurenha sonha com uma vida nos estados unidos, para que esse sonho se torne realidade tem que entrar no perigosos mundo da emigração clandestina, acompanhada do pai e tio. Sendo que a sua mudança para o México é apenas o primeiro passo de uma atribulada viagem, onde um gang mexicano os assalta e onde conhece um dos jovens meliantes.
Porquê: Há uns dias atrás teria afirmado a pés juntos que este seria um dos nomeados pela academia na categoria de filme estrangeiro (a meu ver com Los Abrazos Rotos, La Nana, Das weise Band e Un Prophet) teria errado, no entanto, o interesse por esta obra que tem vindo a ganhar tudo e mais alguma coisa não esmoreceu. Nomeado para os British Independet Film Awards (melhor estrangeiro), Independet Spirit Awards (realizador, filme e fotografia), vencedor em Sundance de melhor fotografia e realização e vencedor de vários ciclos de críticos na categoria de melhor estrangeiro. O realizador estreante é director de fotografia e tem desenvolvido trabalhos nessa vertente (assim como guionista) em projectos da realizadora de Treeless Mountain (apresentado no episódio anterior desta rúbrica)

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Maria Larssons eviga ögonblick (imdb,rotten89,filmcritic3,variety,RogerEbert4)
O quê: Nos anos 60, na Suíça, uma mulher de um alcoólico e violento homem que apesar de tudo a ama, ganha numas rifas uma máquina fotográfica, sendo que através deste seu brinquedo consegue esquecer a sua vida de dificuldades e olhar o mundo com esperança.
Porquê: Este já é de 2008, mas como deste então nada se falou do dito, só me resta fazer a minha parte na divulgação. Nomeado (o ano passado) para melhor estrangeiro nos Globos, assim como nos Independet Film Awards, este é um filme de época de Jan Troel (que é argumentista e também director de fotografia neste filme) o realizador suíço de The Emigrants filme de 71 nomeado para o Oscar de melhor estrangeiro e melhor argumento original, vencedor de Urso de Prata por Il Capitano (1991) e de ouro por Ole dole doff (1968). O site cinema 2000 que tem os arquivos de tudo o que estreia ou é editado em dvd desde à quase 12 anos não tem qualquer registo do realizador, por isso esta seria uma oportunidade de dar a conhecer um realizador obscuro no nosso panorama comercial.


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Samson and Delilah (imdb,rotten100,variety)
O quê: Dois jovens aborígenes do deserto Australiano, depois de um desastre na sua comunidade isolada, fogem, para embarcar numa viajem de descoberta pessoal. Uma história de amor, crua e carinhosa. Vale a pena ler as críticas do rottentomatoes.
Porquê: Este é dos mais antecipados filmes do ano que cessou, principalmente depois Warwick Thornton ter ganho a Golden Camera (prémio de Cannes atribuído a primeiras obras de realizadores estreantes; Jim Jarmush, Mira Nair, Bruno Dumont, Porumboiu e Spike Lee são alguns dos premiados; o vencedor do ano anterior foi Steve McQueen com Hunger). O filme também ganhou Australian Writer's Guild e o Asia-Pacific Film Festival. Thornton já tinha ganho o urso de cristal (pela sua curta Nana) e uma menção honrosa da AFI Fest pela curta Green Bush.

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