7.29.2010

Cinema Português em Marcha - 17/23

5# Sangue do meu Sangue; falar deste filme é falar da situação actual de contenção, uma vez que esta foi a primeira e mais visível consequência da redução de 20% do PIDDAC e da redução dos apoios do ICA em 10% para todos os contractos de 2010, pois à sexta semana de rodagem (e com mais duas em falta) o terceiro pagamento do ICA (no valor de 100 mil euros) não chegou e a Midas viu-se obrigada a interromper a rodagem e deixar em águas de bacalhau 46 profissionais entre actores e técnicos. [nos últimos tempos, pelas notícias que ouvi, pareceu-me que a retoactividade dos cortes foi deixada, assim sendo só novos contractos terão o dito corte de 10%, deste modo estou em crer que a rodagem continuará]
João Canijo, o realizador de Noite Escura, Sapatos Vermelhos, Mal Nascida, Ganhar a Vida e Fantasia Lusitana, tem neste filme um projecto com mais de dois anos, escrito em 2008, o argumento foi ensaiado com os actores nessa altura e desde então vem sendo re-escrito e re-ensaiado, o filme conta com uns habitués de Canijo, Rita Blanco, Anabela Moereira e Fernando Luís, assim como Nuno Lopes e Rafael Morais. Tudo se passa no Bairro Padre Cruz (numa casa cedida pela GEBALIS), uma família pobre ("Pareceu-me uma evidência que num meio social onde a luta pela sobrevivência ocupa o tempo todo, não há reflexão consciente sobre os sentimentos, não há uma elaboração intelectual. Donde, os sentimentos saem de uma maneira mais visceral. Daí a escolha da classe social, de um bairro suburbano" ) composta por uma mãe (de dois filhos) e sua irmã, uma é cozinheira e outra cabeleireira, a filha estuda enfermagem e trabalha como caixa e o filho é um traficante de pequena monta, tudo se complica quando a filha se apaixona por um professor (podem ler a sinopse completa no blog do filme).
"Canijo explica que o projecto inicial era um díptico: dois filmes ligados [Sangue do meu Sangue, Sangue da minha Alma], cada um centrado em diferentes elementos da família do subúrbio - um na relação mãe e filha, outro na relação tia e sobrinho (Anabela Moreira e Rafael Marques). No final, uma montagem dos dois filmes resultaria numa série de televisão de quatro episódios. A proposta foi apresentada à RTP, que nunca respondeu, e ao FICA (Fundo de Investimento do Cinema e Audiovisual), que está deficitário, devido a problemas de gestão. Por falta de investimento, o realizador abandonou a ideia."
Podem ainda ver estas imagens da rodagem e ver a reportagem do Janela Indiscreta [a partir do 15º minuto].

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