O que encanta em Midnight in Paris de Woody Allen é a proeza de escrita que se concretiza no refinadíssimo humor da referência artístico-erudita. Ou seja. Allen desenvolve um jogo de engodos com o espectador. Leva-nos a um imaginário povoado de personagens maiores da cultura do início do século, mas não nos apresenta o dignos senhores. Sabemos que quem estamos vendo é alguém que conhecemos dos livros ou pelo trabalho, mas ao qual nunca associamos uma corporização. O jogo desenrola-se com o tentar descobrir que é quem. Mas quem? tu?! ah! pois é. Qualquer outro teria caído na esparrela de aprofundar os ícones, dar-lhes profundidade, mas o que interessa é mesmo o boneco, a caricatura espampanante. Enfim, é um jogo do 'Quem é Quem?' edição 1930 - famosos. Uma guloseima.
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