Obsolescência
O termo terá sido utilizado pela primeira vez por um obscuro economista chamado Bernard London, que, no pico da Grande Depressão, publicou um panfleto sugerindo um insólito esquema para estimular a economia e atingir o pleno emprego: todo e qualquer produto manufacturado nos EUA (de automóveis a sapatos) seria vendido ao público com um prazo de validade mandatado pelo Governo, no fim do qual seria considerado legalmente "morto", com penalizações fiscais para os consumidores que continuassem a utilizá-lo. Brooks Stevens, um vulto do design industrial, viria a tornar o conceito respeitável durante a década de 50, defendendo abertamente a limitação da vida útil de bens de consumo como um atalho necessário para encurtar os respectivos ciclos de substituição. A profecia veio a cumpriu-se na era da produção em massa de tecnologia informática, em que é quase sempre mais barato substituir do que reparar, contribuindo para fomentar a inovação e alimentar o crescimento económico - bem como os ressentimentos permanentes de uma classe de consumidores condenados à neofilia involuntária.
Sem comentários:
Enviar um comentário