3.30.2008

Reposicionando

Em Portugal as reposições não são comuns como eu gostaria que fossem, pois é de longe mais interessante e marcante ver um filme no cinema que ver o mesmo numa televisão, por muito grande que seja nunca chega a um ecrãn e o mesmo se passa com os novos sistemas de home cinema que apesar de virem melhorar a experiência do cinema em casa, deixam sempre a desejar em relação á sala escura.
Mas não nos limitemos ás componentes técnicas da projecção, ir ao cinema é um experiência única, revigorante, em que o expectador se dirige de propósito a um local para admirar a arte que é o cinema, ou seja cria-se um atmosfera em redor da pessoa que confere um experiência diferente, única e indescritível, que é ir ao cinema, este tipo de actividade tem ao longo dos anos vindo a ser banalizada tendo com isso óbvias vantagens, que são a possibilidade de qualquer pessoa de qualquer extracto social em qualquer local do país (esta ultima parte já não é tão verdadeira), poder experienciar uma das actividades culturais que mais alegria me dá e a qual pratico com mais regularidade. por outro lado vemos que hoje em dia as salas de cinema estão cheias de miúdos que não respeitas o que vêm, que não admiram e que pior que isso, preferem estragar a actividade cultural de um outro ser humano apenas pelo gozo que lhes dá passarem um sessão inteira a conversarem, desrespeitando o filme que vêm, as outras pessoas que assistem e desrespeitando-se a sim mesmos, pois preferem continuar ignorantes a admirarem grandes obras da cinematografia actual.
Por outro lado temos a cinematografia mais antiga que passa em Portugal (salvo raras excepções) no circuito comercial única e quase exclusivamente no cinema Nimas, lá podemos, de tempos a tempos ver grandes obras do cinema de outrora, o ano passado foi especialmente rico neste género de projecção, podemos deleitar-mo-nos com filmes tais, como o Meu Tio, que tive a possibilidade de ver, No Céu tudo é perfeito, filme que também pude ver, obra de estreia do génio Lynch, Mala Noche, filme de estreia do grande e sempre agradável e maravilhoso (que fez um perfeito Paranoid Park) Gus Van Sant, a acresecentar tivemos ainda Imitação de Vida, o único dos quais não consegui ver, mas o pelo qual lamento imensamente, porque sempre gostei de filmes de fazer chorar baba e ranho.
Mas o que me leva a escrever este post não é simplesmente a alegria de poder rever ou ver pela primeira vez filmes que fazem parte dos livros da história do cinema, ou a felicidade que apreendo por saber que novas gerações vão poder as grandes maravilhas, o verdadeiro motivo que me leva a escrever é a reposição do BLADE RUNNER no cinema a propósito do seus 25 anos de estreia, lá estarei para recordar um dos filmes mais mal tratados da história do cinema a quando do seu lançamento, mas que se tornou uma obra de culto com o sucesso do VHS, felizmente que cá em Portugal alguém ainda tem olhos na cara para perceber que vale a pena fazer esta reposição.

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