4.16.2008

U2 3D

Muito se falou deste filme, aquando da sua estreia em sala portuguesa, mais do que esperava, de facto, mas de um modo diferente do usual, ou seja, todos gostaram (falo da critica), mas nenhum lhe deu um nota superior a três estrelas (julgo não estar errado), e este facto apesar de interessante é facilmente compreensível: o filme não passa de um concerto, um conjunto de momentos ao vivo dos U2 ao longo da sua digressão pela América do sul, agora dizer que não passa de um concerto é ser redutor. Um concerto e peras (não entendo muito o sentido desta expressão, provavelmente as peras são boas como acompanhamento), ou seja, o filme, mesmo não sendo mais do que um concerto e como disse um dos críticos do Público, um concerto até pouco inspirado (pelo menos ao nível da realização), mas que se torna irrelevante, quando este é um filme que se pode resumir como: PRODÍGIO TECNICO INIGUALAVEL, este filme é sem dúvida como há poucos, para alem de ter sido filmado com nove pares de câmaras (aos pares para dar o efeito 3D), este filme chega ao ponto de inovar o no método (mesmo sendo um filme muito académico), na medida que, ao contrário dos filme que é normal saírem do cesto MTV, este não é histérico, ou seja não tem uma montagem rápida, tresloucada e por vezes absurda e incompreensível, não, os planos são longos, em movimento lento, ou parados, isto porque a tecnologia 3D assim o requer, se um plano é muito curto, a noção de ter mais uma dimensão perde-se, deste modo o filme inova.

Por outro lado este filme tem três ou quatro momentos que são muito memoráveis, um deles será um plano simples do público, iluminado em verde e com a mesma luz o palco, nesta cena, a película ganha uma textura nunca antes alcançada, ganha vida, não é simplesmente uma nova dimensão, é uma nova maneira de sentir o cinema e de o fazer, a par disso, todos os planos estáticos da bateria são primorosos, ver um instrumento daqueles em 3D é quase surreal de tão realista que se torna. Nunca tinha apreciado tanto um instrumento musical, num filme.
Em relação ao concerto propriamente dito, há de factos momentos, em que parece que estamos num local de culto, em que as emoções afloram ao som da música e o que se sente, para além de inexplicável, é mágico, quase religioso, quase transcendental, no entanto estes momentos são poucos, a maioria deles são de facto normais e corriqueiros, limitando-se a mostrar uma banda a actuar, mesmo que esta seja os U2, aqui é o que importa menos.

Para um filme com tanta potencialidade limitar-se a mostrar um concerto ao vivo, com meia dúzia de canções (mesmo que algumas sejam maravilhosas), é de facto pouco, no entanto alguns momentos, são memoráveis, e o produto final é muito apetecível.

Por isto, de facto, não é dos mais inspirados concertos, mas inova, moderniza e inspirará gerações, vale a pena ver, apesar de já ser tempo de começarmos a exigir um filme a 3D que seja a um nível superior, mas penso que já não deve faltar muito (mais um aninho ou dois).

7/10- Interessante

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