6.04.2008

Kar Way vezes 2


O primeiro filme que alguma vez vi deste senhor, foi a obra-prima "In mood to Love", um filme extraordinário que me fez apaixonar instantaneamente por este génio do cinema, depois vi 2046, obra de uma poesia abstracta fabulosa.
Mas o que me leva a escrever foram os dois últimos filme que dele vi, num espaço de um mês, vi "Fallen Angels" e o recente "My Blueberry nights".
Fallen Angels, é kar way, na sua pujança máxima, com uma força quase irreconhecível, com vida, traduzida em belíssimas sequencias de tiroteio, mas que mantém uma ingenuidade dos contos chineses e aquelas relações amorosas que não se traduzem por beijos ou palavras, mas sim por passeios de mota ou olhares. Um filme maravilhoso de facto que não se consegue descrever por letras ou palavras.
O segundo, esse já perde um pouco. Quando a crítica portuguesa acusa o Way de na viagem para a América ter perdido qualquer coisa pelo caminho, se calhar não estão a mentir, porque há uma diferença visível, que se sente, não parece Kar Way, com aquela força sobre-humana de filmar as emoções de forma violenta e visceral, aqui o filme é passivo, deixa-se levar ao sabor da corrente, um filme com o género mais americano, o road movie, que faz um filme tão delicioso como uma trate de mirtilos, e que mesmo não cheirando a kar way sabe a kar way.
Um filme sentido, que vê o amor como o motor da vida, feito cara a cara com o espectador e que derrete qualquer coração, mesmo os mais empedernidos da crítica portuguesa.


10/10 - Maravilhoso
9.5/10 - Muito Bom

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