Agora que a moleza passou e a juventude me atacou de novo, provavelmente catalizado pelo poder rejuvenescedor do natal, viro-me para os filmes que vi nas últimas semanas, eles foram (e falo só dos que vi em sala): Ensaio sobre a cegueira, A fronteira do Amanhecer, Bolt, 4 noites com Anna e Filho de Rambow.
Cinco filmes, que ainda podem ver, se ainda não o fizeram, no entanto não posso dizer que aconselho todos, começando pelo princípio (que é um belo pleonasmo) devo dizer, que ao contrário do que a maioria das pessoas possa ter pensado (e espero não ser sovado por isto) achei o Ensaio sobre a Cegueira absolutamente genial e um dos melhores filmes deste ano (saltando já para o meu Top 10- mais tarde hei de dedicar um post só ao filme), depois devo dizer que detestei A fronteira do Amanhecer, filme presunçoso e pretensioso que se perde em coisa nenhuma e que se esconde num preto e branco (que verdade seja dita é o que melhor tem o filme) só para não mostrar o seu estado de pseudo-coisa-intelectual sem grande sentido, mal construído e redundante em toda a sua forma (sendo completamente sincero o filme não é assim tão mau, mas irritou-me solenemente ter pago um bilhete e o resultado não ser se quer um quinto do que eu esperava).
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Bolt é uma delícia, mas o efeito 3-D só funciona nos primeiros 10 minutos, depois é como se fosse um filme qualquer em 2-D, em tudo o que de bom isso tem, e como dizia o senhor Mourinha é um regresso da Disney aos seus clássicos (é lamentável que a versão em 3-D só exista em Portugal na versão dobrada) e o senhor ratinho é a força cómica do filme. Já agora, é curioso reparar que os filmes cómicos se estão a virar cada vez mais para os meios de produção Hollywoodescos, basta lembrar o Tropic Thunder.
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4 noites com Anna é avassalador, não sendo uma obra prima, é qualquer coisa que nos toca profundamente, uma das mais estranhas e atípicas histórias de amor em todo o seu sentido mais dramático, um realismo desolador e uma noção cinematográfica de um mestre como Skolimowski que se ausentou por 17 anos, que espanta pela genialidade.
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Por fim o fenómeno, O filho de Rambow é provavelmente 'a' surpresa do ano, um filme que é muito mais do que se podia esperar da premissa (só de pensar que isto podia ter sido feito pelo americanos), um filme sobre a amizade infantil repleto de referências cinéfilas, brinca com os clichés do meio e mostra de forma muito curiosa e de certa forma metafórica as desvantagens das grandes produções quando opostas aos filmes mais indies e mais que tudo: O AMOR PELO CINEMA, dos filmes mais conscientes e mais divertidos do ano.
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