Numa época de prémios, que invariavelmente prestigiam os filmes comerciais, ou, que pelo prestigio, vão ter mais sucesso comercial, é importante virar os olhos para aqueles objectos mais longínquos, também vencedores de prémios, mas a uma escala mais pequena, e que por isso não recebem a visibilidade que outros títulos auguram.
J'ai tué ma mère (imdb ,rotten,variety)
O quê:Um adolescente tem uma relação de amor/ódio com a mãe. Não consigo escrever muito mais, mas vejam o trailer que vale a pena e esclarece bastante.
Porquê: Xavier Dolan, canadiano, estreante nas artes da realização (onde também escreve e produz), este foi actor, participando em televisão e várias produções independentes canadianas (entres elas Martyrs, filme que passou no MoltelX); aparece agora com um filme (onde também é actor- principal) que arrasou os prémios da Vancouver Film Festival ganhando melhor filme canadiano, assim como em Cannes tinha ganho o prémio DCAD (da quinzena dos realizadores) e o Prix Regards Jeune, tendo passado por diversos festivais, entre eles São Paulo e Bangkok. Foi o filme escolhido como candidato aos Oscars pelo Canada.
Trucker (imdb,rotten58,filmcritic2,variety,RogerEbert4)
O quê: Era uma vez uma camionista, mulher no meio de homens, com uma vida solitária pelos estados unidos , com relações fugazes em moteis e fechada no seu casulo (leia-se camião) e depois um ex namorado com o qual teve um filho adoece e tem que cuidar do seu filho de 11 anos durante a recuperação, jornada de descoberta interior, blá, blá blá, aquelas coisas que um certo cinema independente americano parece estar preso .
Porquê: Michelle Monoghan é a produtora deste filme que é a primeira obra do seu realizador e argumentista James Mottern. Ao que parece supôs que com este filme ganharia as graças da crítica e conseguiria sair da série de papeis secundários que a tinham condenado; por um lado temos (grande) parte da crítica a dizer que o filme é um melodrama inconsistente, cheio de clichés e cambalhotas narrativas, por outro lado temos Roger Ebert (o supremo crítico) a dar nota máxima à película. No entanto, parece que um certo olhar do realizador para com os hábitos de pequenas localidades e o retrato inicial da vida de um camionista são de extraordinária beleza e simplicidade.
The Last Station (imdb,roten64,filmcritic2.5,variety)
O quê: The Last Station é uma adaptação do romance de Jay Parini, pela mão de Michael Hoffman, sobre os últimos tempos do escritor Leo Tolsty, quando, já depois de aceitação internacional da sua obra, gere no campo, o seu estatuto de génio literário, circundado de admiradores e da sua relação conflituosa, mas espirituosa com a mulher. O filme acompanha o secretário pessoal de Tolstoy e da sua relação com o génio.
Porquê: A crítica é unânime, este não é certamente o melhor filme alguma vez feito, nem nada que se aproxime, no entanto, é digno de nota, pela presença de Hellen Mirren (como mulher de Tolstoy) e de Cristopher Plummer (como Tolstoy, ambos nomeados para os Globos de Ouro pelos seus papeis nesta película e para os oscars). Serão mesmo os actores que sustentam o filme de época e sem folgo e repleto de artifícios (televisivos), entre eles Paul Giamatti e James Mcavoy (como Secretário).
Treeles Mountain (imdb,rotten86,filmcritic4,variety)
O quê: Depois da mãe ter partido em busca do pai, as duas irmãs ficam a viver com a tia, sendo que o regresso da progenitora se daria quando as duas conseguissem encher um porquinho mealheiro, o porco enche-se e mãe não chega, a tia já não pode tomar conta delas e o seu destino vira-se para os avós que vivem no campo.
Porquê: Vencedor do prémio Ecuménico em Berlin e nomeado para John Cassavetes Award, este é uma obra que tem vindo a ter o melhor acolhimento da crítica. Realizado pela quase estreante So Yong Kim (realizou apenas In Between Days, pelo qual foi considerada uma artista em ascensão depois de ganhar o FIPRESCI em Berlim e o prémio especial do júri em Sundance), que produz e escreve, esta é uma realizadora de extrema velocidade produtiva, pois já acabou Chinatown Film Project e tem já outro trabalho na calha, tendo produzido dois outros entretanto.
In the Loop (Filmcritic3.5,Variety,Rotten93,imdb)
O quê: As tramas da política (trans-atlântica) na vésperas da invasão do Iraque, onde as forças e influências politicas têm mais que ver com as aparências na televisão do que o bom senso. Mais uma vez digo, veja-se o Trailer que diz mais do que eu consigo.
Porquê:Quando escolhi os 15 filmes que iam fazer parte desta lista, tinha posto Crazy Heart, porque não me passava pela cabeça, que ele fosse ganhar o globo para melhor actor (tirei-o), agora saíram os nomeados para os Oscars e In The Loop está nomeado para melhor argumento adaptado (na mesma categoria nos BAFTA e nos British Independet Film Awards, à semelhança de happy-go-lucky, também britânico, também moderadamente cómico), mas desta vez não o tiro. Já tem data de estreia nas nossas salas (com o título Em Inglês S.F.F.), no entanto quero apenas lembrar que este filme foi comparado a Dr. StangeLove e Spinal Tap. De uma acutilancia política e de um humor ácido - o argumentista é o mesmo de uma das mais delirantes Britcoms (entre outras) Peep Show. O realizador Armando Iannucci também vem da televisão (em facto esta é a sua primeira aventura no cinema), onde teve um programa com o seu nome.
2 comentários:
já tive a oportunidade de ver o In the Loop. Muito bom. é de uma acidez impressionante. E altamente hilariante.
Abraço
fico feliz, mas vou esperar que estreie em sala, não sou apologista de ver cinema recente em DVD ou no computador (se posso ver no ecrã enorme porque não aproveitar).
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