Olhando de frente para a lista dos nomeados aos Oscars deste ano, percebemos que se procederam as duas operações estéticas.
Primeira: o alargamento da categoria de melhor filme, que tinha como objectivo não excluir títulos (comerciais) que noutros anos haviam sido postos de parte (nomeadamente Dark Knight) que deste modo pretendiam atrair mais público; a coisa saiu furada, porque o grande sucesso do ano era nomeado à partida, ficou Distict 9 como parente pobre no top 10 (não aparecendo The Hangover ou Star Treck, que no entanto está nomeado numa série de categorias técnicas). Por outro lado este alargar tinha como objectivo mostrar ao público que a academia está atenta ao panorama cinematográfico e disso o top é bom exemplo, com a nomeação de Serious Man dos irmãos Coen ou An Education de Lone Scherfig. Lembrar ainda que a categoria de melhor filme animado também foi alargada de 3 para 5 nomeados, e na mesma proporção a categoria para melhor canção original.
Segunda: a concentração dos nomeados em meia dúzia de filmes (hábito que não é novo) e que vem contradizer a ideia de que a academia está atenta aos filmes que se fazem. Pois veja-se Moon que merecia uma nomeação para melhor argumento, banda sonora e actor, não apareceu se quer, Where the wild things are não apareceu em melhor guarda roupa ou maquilhagem ou lá como eles fizeram os bichos, Tetro não foi considerado para melhor fotografia, Ponyo não foi seleccionado para melhor filme de animação (no entanto um filme que ninguém conhecia, The Secret of Kells, foi nomeado, o que é sempre saudável), The Road não foi nomeado para melhor fotografia, nem Capitalism: A Love Story nem September Issue foram considerados para a sua categoria (não descurando os nomeados), da mesma forma, nem La Nana nem Los Abrazos Rotos foram nomeados (e eu nem gostei muito do filme de Almodóvar, lembrar que Espanha para além da nomeação de Penelope, co-produziu El Secreto de Sus Ojos e The Milk of Sorrow; sendo que The Lady and the Reaper é uma curta de animação espanhola que está nomeada) e a lista seria tanto mais extensa quanto maior fosse a minha memória e conhecimento. O que pretendo dizer é simplesmente que a academia acha que se nomear em grandes números (ainda para mais empatando o número entre os dois grandes concorrentes, vai aumentar as audiências, e se Cameron e Bigelow tivessem sido casados, isso é que era ...); é triste que em vez de se celebrar o cinema se festeje as audiências (lembrar que os prémios de carreira já não serão distribuídos com vista a encurtar a cerimónia - passam a ter uma entrega à parte), mais um sinal de decadência. Agora só há uma salvação, é não fazer a vontade ao senhor Cameron e de preferência premiar o grande Tarantino (sonhar não faz mal).
Primeira: o alargamento da categoria de melhor filme, que tinha como objectivo não excluir títulos (comerciais) que noutros anos haviam sido postos de parte (nomeadamente Dark Knight) que deste modo pretendiam atrair mais público; a coisa saiu furada, porque o grande sucesso do ano era nomeado à partida, ficou Distict 9 como parente pobre no top 10 (não aparecendo The Hangover ou Star Treck, que no entanto está nomeado numa série de categorias técnicas). Por outro lado este alargar tinha como objectivo mostrar ao público que a academia está atenta ao panorama cinematográfico e disso o top é bom exemplo, com a nomeação de Serious Man dos irmãos Coen ou An Education de Lone Scherfig. Lembrar ainda que a categoria de melhor filme animado também foi alargada de 3 para 5 nomeados, e na mesma proporção a categoria para melhor canção original.
Segunda: a concentração dos nomeados em meia dúzia de filmes (hábito que não é novo) e que vem contradizer a ideia de que a academia está atenta aos filmes que se fazem. Pois veja-se Moon que merecia uma nomeação para melhor argumento, banda sonora e actor, não apareceu se quer, Where the wild things are não apareceu em melhor guarda roupa ou maquilhagem ou lá como eles fizeram os bichos, Tetro não foi considerado para melhor fotografia, Ponyo não foi seleccionado para melhor filme de animação (no entanto um filme que ninguém conhecia, The Secret of Kells, foi nomeado, o que é sempre saudável), The Road não foi nomeado para melhor fotografia, nem Capitalism: A Love Story nem September Issue foram considerados para a sua categoria (não descurando os nomeados), da mesma forma, nem La Nana nem Los Abrazos Rotos foram nomeados (e eu nem gostei muito do filme de Almodóvar, lembrar que Espanha para além da nomeação de Penelope, co-produziu El Secreto de Sus Ojos e The Milk of Sorrow; sendo que The Lady and the Reaper é uma curta de animação espanhola que está nomeada) e a lista seria tanto mais extensa quanto maior fosse a minha memória e conhecimento. O que pretendo dizer é simplesmente que a academia acha que se nomear em grandes números (ainda para mais empatando o número entre os dois grandes concorrentes, vai aumentar as audiências, e se Cameron e Bigelow tivessem sido casados, isso é que era ...); é triste que em vez de se celebrar o cinema se festeje as audiências (lembrar que os prémios de carreira já não serão distribuídos com vista a encurtar a cerimónia - passam a ter uma entrega à parte), mais um sinal de decadência. Agora só há uma salvação, é não fazer a vontade ao senhor Cameron e de preferência premiar o grande Tarantino (sonhar não faz mal).
Sem comentários:
Enviar um comentário