O Indie chegou, e sem desprezar os outros festivais do país, este é sem dúvida o mais importante (O Fantas também), no entanto este ano, ao que se vê pelo programa, temos aqui A grande compilação dos filmes dos grandes festivais do mundo (Cannes com Mother, Visage, Accident, Vengeance, os dois de Herzog, Napoli; de Veneza, Lenanon, Life during Wartime; de Berlin com The Robber, de Sundance com When you're a strange, Humpday, Panique au village, Greenberg [que também esteve em Berlin]). Para além disto, há uma grande fatia de filmes que vão passar no Indie unicamente como uma antestreia mais simpática, uma vez que alguns deles só estão no festival devido a parcerias com a Lusomundo (e outras distribuidoras) que esperam conseguir vir buscar ao Indie o protagonismo suficiente para lançarem os filmes em sala.
A salientar a presença portuguesa, com Fantasia Lusitana e Guerra Civil na competição nacional, e em sessão extra o novo de Green, Religiosa Portuguesa e o novo de Marco Martins - How to draw a Perfect Circle e também dele Traces of a Diary.
A secção de competição internacional é sempre um primor (apesar de a maioria dos filmes não ser do conhecimento geral, mas é mesmo esse o objectivo de uma secção para primeiras e segundas obras), de onde destacaria o único português da secção, assim como The Robber, La mujer sin Piano, La Pivellina e It's Already Summer. O observatório é constituído pelos filmes dos grandes festivais; o cinema emergente tem alguns títulos curiosos, como j'ai tue ma mére (o grande filme canadiano de 2009), ou Io sono l'amore [que também terá estreia em sala poucas semanas depois do indie] ou ainda Lourdes [passado em Veneza se não me engano]. O heroi independente é em parte a secção de filmes que passaram em Berlin sobre os seus últimos 20 anos e a outra parte é para Heddy Honigmann. No pulsar do mundo temos Videocracy, documentário polémico sobre a força da televisão em Itália. 9 e Panique ou Village são os dois filmes a tomar em atenção no Indie Junior, apesar de o primeiro vir a ter estreia em sala. Na música temos o já citado filme sobre os Doors (versão anti-stone) e os de Paulo Prazeres sobre os X-wife, Terrakota, Dealema e J.P. Somiões, ou de Tiago Pereira sobre B Fachada [já passado no Panorama]. No director's Cut temos o Black Dynamite e Radio On para tomar atenção.
Não esquecer City of Life and Death um dos grandes sucessos chineses de 2010, que teve alguns problemas com a censura, pois a sua imagem dos militares japoneses não é nada condenatória.
Como nos indica o artigo da Variety, o indie teve um aumento de orçamento na casa dos 50% e uma subida do valor do primeiro prémio (agora 91$00), assim como é de bom tom dizer que a presença de distribuidoras francesas em busca de títulos portugueses tem vindo a subir. Mostra-se portanto que a integração das Lisbon Screenings para distribuidoras estrangeiras está a dar resultados, e o prestigio internacional de um festival com apenas 7 anos de existência é já de uma magnitude rara na nossa pequenas nação onde o cinema nem sempre é tratado conforme devia
P.S.: É curioso ver que o Estoril Film festival tem 3.5 milhões de euros de orçamento e o Indie se fica pelos 1.15 e o Fantas teve uma redução de 25% na última edição.
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