4.26.2010

Fila Indie-ana - II

Neste indie só vou ver 6 filmes, até agora foram dois (Lourdes e City of Life and Death), os que faltam são o Videocracy, The Robber, Guerra Civil e Significado (B Fachada).

Ao que já passou posso dizer que Lourdes é um mimo, um filme de uma delicadeza de porcelana, que percorre (e morde sem nunca julgar cegamente) as questões religiosas e a comercialização da fé, com uma educação cristalina e de uma sentido de humor tão refinado que se entranha nos ossos; um primor.

No que diz respeito a City of Life and Death, é um filme que tem uma primeira meia hora de cinema em estado puro, uma força inaudita, adrenalina sólida a escorrer pela filigrana da película [apesar do uso do CGI ser inteligente] e uma noção de pátria, de povo unido, em que a câmara passa dos chineses para os japoneses com leveza, mostrando-os como pessoas e não como facções, sem personagens principais, mas sim com toda uma nação entrincheirada; mas depois o filme cai num moralismo peganhento, com pretensões de ser a Lista de Schindler asiática, e tudo começa a fazer comichão (claro que tem ainda duas ou três cenas de uma dureza asfixiante - o estupro das mulheres ou o resgate de um elemento por família) e o fim é de uma idiota crença na resiliência humana que é Spielberg chapadinho.

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