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Gandini já tinha trabalhado sobre Che e sobre Guantanamo, agora o seu alvo é Berlusconi e o seu império dos media, se o filme sofre dos mesmos males de Michael Moore é apenas no facto de não aprofundar o personagem, fica-se pela ramagem das redes de interesses e das influências mediáticas, mas quanto ao homem, temos um retracto idílico (no que mais há de mau na palavra).
Há que de facto tomar noção de que o filme tem a extraordinária capacidade de ser simultâneamente particular e por outro lado dar um instantâneo das interpenetrações dos media com o poder político. Sente-se de facto nojo por percebermos que o primeiro ministro daquele país é controlador de 90% dos media, que a maioria da população gosta disso e pior, vê naquele estilo de lixo hertziano um modelo de vida, em que as meninas querem ser velinas, mostrar o rabinho e dançar 30 segundos sem nunca abrirem a boquinha para darem de sua graça.
Se algo fica do filme, é perceber que Portugal não está assim tão longe desta situação e que o caminho para lá chegar é rápido e silencioso.
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