1.05.2011

Um ano em partes - 3ª Parte

Eu e os filmes

Neste ano que agora acabou fui 126 vezes ao cinema, das quais, 14 à cinemateca, 6 ao IndieLisboa e 7 ao DocLisboa, fui ver um dos filmes do ciclo da culturgest dedicado ao Chris Marker e fui ver o Goodbye Dragon Inn a um ciclo organizado pelo Cinema City Alvalade, sendo que os outros 97 bilhetes são de exibições comerciais; apenas duas antestreias, uma delas do Shutter Island (curiosamente nesse mesmo dia, passou na cinemateca o Goodfellas e eu aproveitei a sessão dupla). Quanto aos filmes vistos por casa não tenho a mais pequena ideia (só sei estes porque guardo religiosamente todos os meus bilhetes de cinema).
De todos os filmes, posso salientar facilmente os maus: Nine, The Lovely Bones, Precious, Humpday, Antichrist e Embargo, não é que sejam de facto péssimos, mas os dois primeiros ainda me causam calafrios. Claro que me desiludi com bons filmes, por esperar demais deles: Social Network, The time that remains, Kynodontas, Vincere, Away we go, Invictus, A Serious Man, Where the wild things are e Bright Star.
Um top há de ser publicado (não que seja segredo algum, ao longo do ano, a lista que se encontra à vossa esquerda, veio sendo actualizada), posso no entanto salientar alguns filmes que embora não sejam os meus preferidos merecem uma atenção especial; a começar por Irene, filme de Alain Cavalier, que é das coisas mais sentidas que os projectores nacionais tiverem o prazer de rodar, assim como o último filme de Rivette - 36 vues du pic saint-loup -, coisa encantada e encantatória; Mammuth é outro exemplo de um filme que toca todos os que a ele se chegam. Podem ser mancos, tortos, estropiados, mas são peças de verdadeiro cinema. [curiosamente tinham que ser todos franceses]
Antes de colocar o ponto final, tenho apenas que lançar umas faiscas para o monte de palha:
- Shirin é a coisa mais pretensiosa que tive o (des)prazer de ver este ano, nem o Albert Serra lhe consegue fazer frente.
- Fazer um top que ponha em primeiro lugar Inception e em segundo Shutter Island (e são muitos) é não perceber que se Scorsese usa o digital com propósito humano e a memória do cinema clássico americano como ponto de partida, enquanto que Nolan usa o digital como forma de encher o olho e a memória do heist movie dos anos 80 como fonte de inspiração.

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