Nos últimos anos a forma de organização da informação ganhou uma estrutura nova. A Internet é, sem dúvida alguma, o instrumento que modelou esta nova forma de compartimentação (ou melhor: o instrumento que modelou esta nova ausência de compartimentação).Tenhamos em consideração que esta nova forma de pensar a informação é algo verdadeiramente novo. Algo que é verdadeiramente do século XXI. Vejamos pois o caso da Google e do Facebook.
A empresa Google Inc. é hoje em dia uma das grandes (gigantes) da Internet, foi fundada no século passado (1994) e desenvolveu-se em torno de um motor de busca inerentemente algorítmico. Isto é, existe um programa informático altamente desenvolvido que cataloga a informação por palavras-chave e as apresenta ordenadamente ao utilizador. Esta noção de organização do saber não é mais que uma versão mais sofisticada da enciclopédia com índice remissivo.
O Facebook é o (agora) sacro-santo local da Internet (criado em 2004); começa lentamente a funcionar como uma forma 'nova' (e nunca experimentada a esta escala) de organização do conhecimento. Quando num motor de busca um indivíduo pesquisa algo (e confiando que o programa foi feito de forma independente) a informação é apresentada quase instantaneamente sem a intervenção humana (pelo menos significativa), por outro lado, quando alguém pergunta no seu mural do facebook algo, toda a sua rede de conhecidos juntar-se-à para responder à pergunta (idealmente). Esta forma compreensão do saber é muito mais falível e errónea, no entanto funciona com uma proximidade e uma legitimação do conhecimento pela pessoalização da relação entre o transmissor e o receptor. Na verdade isto não é mais do que uma versão sofisticada das primitivas formas de transmissão oral do saber.
A questão fundamental é perceber porque razão é que nos libertamos dessa forma de organização e que riscos estão envolvidos no regresso da mesma.
Note-se que os blogues como este em que escrevo são também formas dessa nova estruturação, assim como o twitter e a massificação dos correios electrónicos e demais fóruns.
A empresa Google Inc. é hoje em dia uma das grandes (gigantes) da Internet, foi fundada no século passado (1994) e desenvolveu-se em torno de um motor de busca inerentemente algorítmico. Isto é, existe um programa informático altamente desenvolvido que cataloga a informação por palavras-chave e as apresenta ordenadamente ao utilizador. Esta noção de organização do saber não é mais que uma versão mais sofisticada da enciclopédia com índice remissivo.
O Facebook é o (agora) sacro-santo local da Internet (criado em 2004); começa lentamente a funcionar como uma forma 'nova' (e nunca experimentada a esta escala) de organização do conhecimento. Quando num motor de busca um indivíduo pesquisa algo (e confiando que o programa foi feito de forma independente) a informação é apresentada quase instantaneamente sem a intervenção humana (pelo menos significativa), por outro lado, quando alguém pergunta no seu mural do facebook algo, toda a sua rede de conhecidos juntar-se-à para responder à pergunta (idealmente). Esta forma compreensão do saber é muito mais falível e errónea, no entanto funciona com uma proximidade e uma legitimação do conhecimento pela pessoalização da relação entre o transmissor e o receptor. Na verdade isto não é mais do que uma versão sofisticada das primitivas formas de transmissão oral do saber.
A questão fundamental é perceber porque razão é que nos libertamos dessa forma de organização e que riscos estão envolvidos no regresso da mesma.
Note-se que os blogues como este em que escrevo são também formas dessa nova estruturação, assim como o twitter e a massificação dos correios electrónicos e demais fóruns.
2 comentários:
Esta é uma forma que faz explodir os antigos lugares de legitimação, as relações de autoridade são então substituídas pela ilusão de proximidade entre as pessoas. Outra coisa interessante é que a forma como adquirimos conhecimento começa a fazer-se de forma muito mais fragmentária (wikipedia style) e sobretudo adjectiva: já não interessa tanto saber a «coisa» mas mais saber onde essa «coisa» se encontra acessível. O saber, na sua infinitude, é cada vez mais um produto que usamos na exacta medida em que queremos outra coisa além do mesmo. A instrumentalização do saber traduz uma aparente decadência dos valores sobre as quais a sociedade ocidetais se constituíram. O grande desafio será então saber como legitimar essa queda como mera aparência.
Sem dúvida, a questão é mesmo perceber de que forma é que: ou se 'legitima a queda do saber' ou se contraria a mesma por uma forma nova de transmissão do mesmo. Mas a descrença no saber como valor é um possível desfecho desta mudança cataclísmica que a internet está a provocar.
Abraço
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