Demme percebeu que o elemento fundamental do cinema de terror (e derivados) é essa coisa da câmara subjectiva; portanto construiu todo um filme em redor dessa coisa que é o olho. Os campos contra-campos de 180º são-no assim para que vejamos os actores nos olhos, mas mais que isso, para que vejamos pelos seus olhos. É assim que surge o terror, sentir-mo-nos na pele do monstro (e não há cá dimensões de humanidade) e sabermos que somos impotentes nas suas (e logo nossas) atrocidades. Daí que a cena culminante de pavor é aquela em que estando apagadas as luzes passamos a ver Foster pelos óculos de visão nocturna do (cerial) killer, mas mais pavor se acrescenta pelo facto de (por estar escuro) ela não ver o papão (ou seja nós).
Sem comentários:
Enviar um comentário