1.16.2008

Senhora de Água (Lady in the Water)

Oh meu Deus (apesar de não acreditar muito), este filme é genial, extraordinário, é incrível, uma peça de uma beleza uma alegria, uma ingenuidade tão transbordante que inunda a alma e o corpo que nos preenche completamente, que nos faz querer mais e mais e viver e morrer tudo num só momento, que me fez ver lágrimas que me fez sonhar renascer, voltar a ser criança, voltar a ser humano, voltar a ser feliz.

A primeira vez que ouvi falar desta fabulosa peça do imaginário colectivo recente de um dos mais imaginativos realizadores da actualidade (Night Shyamalan) foi quando a revista Premiere ainda existia e um dos leitores questionou porque razão certos críticos classificaram negativamente um filme que quer o dito leitor, quer um conjunto de outros críticos, considerava excepcional (como eu agora faço), e claro, eu gosto muito de filmes que dão que falar nestas questões de debates, só que até agora não tinha tido tempo para ver o filme. O dia finalmente chegou, dia 7 deste mês, aluguei-o no meu clube de vídeo, enquanto andava á procura de um filme para ver durante a tarde, mas na verdade eu nem era para ver filme nenhum, porque tinha um teste muito importante dois dias depois, só o tinha alugado porque queria trazer um poster que tinha pedido lá no clube de vídeo, e sentia-me mal em lá ir pedi-lo sem trazer filme nenhum, claro que depois a tentação foi grande de mais e acabei por nada estudar e simplesmente deleitar-me e regozijar-me com um encanto que um filme que por uma nesga não se tornou numa das obras incontornáveis da cinematografia, que infelizmente foi injustamente recebido quer pela crítica, quer pelo público (no tomatómetro tem 26%). Para mim um dos filmes incontornáveis e para mim uma obra prima genial.
O realizador Night Shyamalan que dentro de pouco tempo tem o seu novo filme nas salas (The Happening) sobre alienígenas suponho eu, tema já recorrente no Sinais (filme que já demonstrava bastante qualidade na criação de atmosferas densas e vibrantes), mas a obra que lhe deu visibilidade foi sem dúvida O Sexto Sentido, posteriormente fez um filme também causador de alguma polémica a nível dos gostos, chamado A Vila (o filme está lá no meu clube para eu um dia ver, e agora com a visualização deste mais vontade tenho de o fazer).

O filme trata de um senhor (Paul Giamatti) que basicamente é um faz tudo num condomínio fechado que tem todo o tipo de pessoa, ele é guarda nocturno, é canalizador, é marceneiro, é tudo, e conhece todas as personagens do seu prédio. Toda a acção se passa lá, nenhum plano fora do espaço fechado das habitações e respectivo jardim/piscina, até faz lembrar um pouquinho (e é mesmo pouco) a janela indiscreta do mestre do suspense.

O prologo do filme conta-nos uma história ancestral em que o homem nas suas origens viviam com os povos da água, junto aos mares e lagos, mas devido á sua ganancia abandona estas zonas e por suas vez abandona os povos da água, esta separação levou a que o homem descobrisse o fogo e por sua vez a violência, dizimando-se durante épocas longuíssimas, o povo da água decide então salvar os homens, enviando-lhes os seus mais habilidosos jovens, para que eles se encontrem com pre-determinadas pessoas, e que só o encontro entre os enviados e o dito humano, fará toda a diferença e acabará por alterar o mundo em que vivemos. Mas existe uma entidade maligna que impede este conhecimento e que ataca os enviados quando estes estão fora de água.

A história apesar de parecer complicada e demasiado fantasiosa, é nos contada como se crianças fossemos, e em cada noite nos acrescentassem mais um pormenor.

O filme é genial e digo-o quantas vezes forem precisas, todas as cenas são memoráveis, mas mais que todas as outras, os momentos em que os cargos de cada pessoa são atribuídos são de uma força inigualável, e a cena final de um lirismo divino.

O realizador do filme é também actor, mas nesta história com excepção do nosso faz-tudo, todas as personagens são simultaneamente importantes e imprescindíveis, como são secundárias, mas todas elas são geniais.

Uma obra prima infelizmente denegrida por criticas injustas e por mentes fechadas e empedernidas, pois tenho dificuldade em acreditar que alguém possa não ser tocado por esta maravilha.
Este é sem dúvida um filme de tirar a respiração um filme Breath Away.
10/10 - Genial

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