Deve ser da minha vista, mas este ano tem sido muito prolífico (mais do que é normal) na criação de filmes sobre a decadência dos ícones (melhor dizendo, não terá sido este ano, mas sim o ano anterior, só que, só este ano se estreiam os filmes em causa na nossa praia lusitana), marcados por umas poucas (mais ou menos) excelentes obras: The Wrestler, Che, Watchmen, Gran Torino.
Quando encaramos a destruição pessoal e familiar em The Wrestler a par de uma força esperançosa profundamente inspiradora, ou por outro lado a forma brilhante como Eastwood constrói a partir da sua persona violenta (Dirty Harry) um homem dorido pela vida com a possibilidade social de resiliência (em Gran Torino), ou por outro lado temos ainda a distópica história de Alan Moore adaptada ao cinema por um Zack Snyder que vê todo o mundo em câmara lenta, e por fim temos ainda a construção do mito e símbolo icónico da cultura popular - Che Guevara - e a perfeita desconstrução do mito na segunda parte do épico de Soderberg (há aquela cena em que Del Toro olha, num barco, para Fidel fumando o seu charuto, como se já nada daquilo fosse dele, como se a glória não lhe ficasse bem).
Ponto comum a todos estes filmes: o envelhecimento
Pessoalmente devo admitir que se de alguma coisa tenho verdadeiramente medo é de envelhecer, neste filmes este é um denominador comum (Walt é um veterano da Coreia, Randy é um lutador fora do seu tempo em desgraça tentando ser 'normal', os guardiões são perseguidos pelos políticos como bode expiatória da sociedade, e Che simplesmente é infrutífero em todas as suas tentativas na Bolívia) isto indica duas noção sobre a sociedade de hoje em dia: por uma lado temos a noção de que as figuras míticas são de carne e osso (afastando o seu 'endeusamento') que vivem como nós; mas por outro lado, mostra a consciência de um estrutura social exponencialmente mais envelhecida, em que temas como a aceitação da condição temporal, a noção de esperança em idade avançada ou a compreensão da necessidade de 'fazer as pazes com o mundo', são cada vez mais frequentes e até certo ponto mais populares no cinema de massas.
P.S.: Curioso é que surja também este ano um filme repleto de novos actores, Star Trek, que encara o cinema na sua vertente mais lúdica, mais desmiolada e , portanto, mais imberbe (ou contrário da corrente).
Pessoalmente devo admitir que se de alguma coisa tenho verdadeiramente medo é de envelhecer, neste filmes este é um denominador comum (Walt é um veterano da Coreia, Randy é um lutador fora do seu tempo em desgraça tentando ser 'normal', os guardiões são perseguidos pelos políticos como bode expiatória da sociedade, e Che simplesmente é infrutífero em todas as suas tentativas na Bolívia) isto indica duas noção sobre a sociedade de hoje em dia: por uma lado temos a noção de que as figuras míticas são de carne e osso (afastando o seu 'endeusamento') que vivem como nós; mas por outro lado, mostra a consciência de um estrutura social exponencialmente mais envelhecida, em que temas como a aceitação da condição temporal, a noção de esperança em idade avançada ou a compreensão da necessidade de 'fazer as pazes com o mundo', são cada vez mais frequentes e até certo ponto mais populares no cinema de massas.
P.S.: Curioso é que surja também este ano um filme repleto de novos actores, Star Trek, que encara o cinema na sua vertente mais lúdica, mais desmiolada e , portanto, mais imberbe (ou contrário da corrente).
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