Die Büchse der Pandora (1929) de Georg Wilhelm Pabst
Vénus Noire (2010) de Abdellatif Kechiche
Reproduzindo as palavras de Bénard da Costa (que acompanhavam a folha de Cinemateca) a propósito do filme de Pabst, este 'intercalou algumas coisas de gosto duvidoso, nomeadamente a sequência do tribunal (com a explicitação da boceta de Pandora) que nada tem a ver com a peça'. Pandora é um filme deliciosamente inocente, mas visto através da lentes distorcidas de Pabst; de facto essa cena do tribunal... a (sobre)explicar aquilo que para todos é evidente... De forma antagonista, o filme de Kechiche é amargamente decadente; no entanto cai no mesmo logro, aquela cena do tribunal vem explicar ao cândido e inocente espectador (mesmo que do século XIX) que afinal existe uma diferença entre a ficção e a realidade. Talvez seja esse o problema maior deste filme, estar perdido entre cá (agora) e lá (a época do filme), ou talvez seja o realizador que não se consegue desprender do presente e por isso filma o passado como se esse não o fosse.
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