para que o seguinte texto não pareça demasiado indulgente e desiludido, deixo aqui os links de tudo o que acabei por escrever a propósito desta causa.
A RTP2 morreu ou pelo menos é o que parece
A falácia da autoridade, ou como encontrar nas palavras dos outros as nossas ideias
O Bom, o mau e a RTP2 (vídeo)
Pensemos com a cabeça
A RTP2 não será nem Lixo nem Luxo (I, II, III, IV, V)
Como falar com a elegante senhora (1,2,3,4,5,6,7)
*****************
é assim que eu me sinto em relação à ida da petição à comissão parlamentar para a ética e comunicação. a sensação de que tudo isto era inevitável, mas mesmo assim, faria tudo de forma semelhante. o meu empenho, a minha dedicação seriam iguais, mas...
há sempre um mas...
mas se tivéssemos feito as coisas de forma diferente? mas se a erc tivesse funcionado? mas se os deputados não fossem instrumentalizados ? mas se a assembleia da república fosse um órgão legislativo verdadeiramente dialogante com a sociedade civil? mas se os jornais se interessassem mais por coisas da cultura do que por coisas do futebol? mas se as pessoas do cinema não vivessem em constantes guerrilhas? mas se aqueles que habitam a casa da rtp2 ouvissem os seus espectadores? mas se o processo de privatização de um canal publico não absorvesse todas as discussões sobre televisão? mas se as pessoas percebessem a verdadeira diferença entre serviço público e televisão publica? mas se nem tudo tivesse que ser transformado numa arma de arremesso partidário? enfim...
no fundo estou desiludido.
eu imaginava que no fim de todo este processo se construísse algo melhor, que houvesse o regresso de uma exibição regular de cinema na rtp2. que os filmes passassem a ser contextualizados. imaginava que os ciclos passariam a ser coisas regulares, que se construiria um hábito de ver televisão. que a televisão seria um aglutinador social, uma verdadeira forma transversal de transmitir cultura por um país. sonhei que o teatro, a dança, a música, o cinema, a ópera, as artes plásticas, a videoarte, a poesia e a literatura, tudo isso passasse na televisão. que todas as pessoas, aqui em portugal, ou em qualquer sítio do mundo, o pudessem ver. acreditei que se daria todas as ferramentas para compreender o mundo de ecrãs em que vivemos. enfim...
nada disto acontecerá.
porquê? sinceramente isso é o que menos interessa. se as coisas tivessem realmente mudado não interessaria porquê (porque era óbvio que tinham que mudar), se não mudaram, só interessa perceber porque não. parece que nada se fez, porque, no fundo, quem tem poder para mudar as coisas não tem interesse em fazer pela mudança, apesar de a compreender e a apoiar. hipócrita? talvez.
A RTP2 morreu ou pelo menos é o que parece
A falácia da autoridade, ou como encontrar nas palavras dos outros as nossas ideias
O Bom, o mau e a RTP2 (vídeo)
Pensemos com a cabeça
A RTP2 não será nem Lixo nem Luxo (I, II, III, IV, V)
Como falar com a elegante senhora (1,2,3,4,5,6,7)
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há uma sensação estranha. um sentimento raro. qualquer coisa que talvez se assemelhe àquilo que um pai sente quando vê o filho sair de casa. mas este pai, percebe que não se trata apenas de uma despedida, um passo em frente. percebe que o filho caminha para a sua desgraça, mas já não pode fazer nada por ele. cresceu, e por muito mal que lhe possa acontecer já é crescido. já se há-de safar. tudo há-de correr pelo melhor. claro que não. vai correr tudo mal, mas podemos sempre desculpabilizar-mo-nos. podemos achar que era inevitável. e talvez até fosse. mas...
é assim que eu me sinto em relação à ida da petição à comissão parlamentar para a ética e comunicação. a sensação de que tudo isto era inevitável, mas mesmo assim, faria tudo de forma semelhante. o meu empenho, a minha dedicação seriam iguais, mas...
há sempre um mas...
mas se tivéssemos feito as coisas de forma diferente? mas se a erc tivesse funcionado? mas se os deputados não fossem instrumentalizados ? mas se a assembleia da república fosse um órgão legislativo verdadeiramente dialogante com a sociedade civil? mas se os jornais se interessassem mais por coisas da cultura do que por coisas do futebol? mas se as pessoas do cinema não vivessem em constantes guerrilhas? mas se aqueles que habitam a casa da rtp2 ouvissem os seus espectadores? mas se o processo de privatização de um canal publico não absorvesse todas as discussões sobre televisão? mas se as pessoas percebessem a verdadeira diferença entre serviço público e televisão publica? mas se nem tudo tivesse que ser transformado numa arma de arremesso partidário? enfim...
no fundo estou desiludido.
eu imaginava que no fim de todo este processo se construísse algo melhor, que houvesse o regresso de uma exibição regular de cinema na rtp2. que os filmes passassem a ser contextualizados. imaginava que os ciclos passariam a ser coisas regulares, que se construiria um hábito de ver televisão. que a televisão seria um aglutinador social, uma verdadeira forma transversal de transmitir cultura por um país. sonhei que o teatro, a dança, a música, o cinema, a ópera, as artes plásticas, a videoarte, a poesia e a literatura, tudo isso passasse na televisão. que todas as pessoas, aqui em portugal, ou em qualquer sítio do mundo, o pudessem ver. acreditei que se daria todas as ferramentas para compreender o mundo de ecrãs em que vivemos. enfim...
nada disto acontecerá.
porquê? sinceramente isso é o que menos interessa. se as coisas tivessem realmente mudado não interessaria porquê (porque era óbvio que tinham que mudar), se não mudaram, só interessa perceber porque não. parece que nada se fez, porque, no fundo, quem tem poder para mudar as coisas não tem interesse em fazer pela mudança, apesar de a compreender e a apoiar. hipócrita? talvez.
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